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  A Revolta de Stonewall

Por Lark Lapato

     O documentário revela como a comunidade LGBT – (Lésbias, gays, bi e transexuais) era tratada na década de 1960 nos Estados Unidos. A perseguição era tamanha que até os bares para o público gay recebiam batidas constantes e eram fechados com frequência. Foi assim até o dia 28 de julho de 1969, quando as pessoas disseram ‘não’, enfrentaram a polícia e passaram a ter o mínimo de respeito da sociedade.

     Na década de 1960, a liberação sexual que marcava a juventude, não chegou a comunidade LGBT, pelo contrário, eles eram constrangidos nas escolas, difamados na televisão, espancados por homofóbicos na rua e ainda tinham que lidar com a repressão da polícia. A psiquiatria passou a divulgar pesquisas que apontavam a homossexualidade como uma doença. Em diversas entrevistas, psiquiatras afirmavam que gays eram doentes mentais, e que havia uma pandemia que devia ser contida. Nos comerciais, os gays eram mostrados como pessoas que induziam crianças a homossexualidade. E nas escolas professores faziam discursos homofóbicos dizendo que se alguma criança se relacionasse com um adulto ou jovem do mesmo gênero seria descoberto e amaldiçoaria a sua vida.

     Os bares para o público LGBT eram constantemente fechados, não havia motéis, ou locais para que os casais se encontrassem. Sendo assim, era preciso improvisar, e os encontros entre pessoas do mesmo gênero chegava a acontecer dentro de caminhões, que durante o dia eram usados para carregar carnes, o cheiro chegava a ser insuportável. Ainda assim, nem ali havia paz, pois, a polícia fazia batidas e prendia quem estivesse no local.

     Em meio a este ambiente hostil, alguns bares insistiam em reabrir após cada batida, o principal deles era o Stonewall, o maior estabelecimento. Naquele local, as pessoas podiam conversar, dançar junto, trocar carícias, sem serem reprimidos. No dia 28 de junho, o Stonewall estava lotado, as pessoas estavam se divertindo sem prejudicar ninguém. Quando os policiais chegaram no local, para fechar o estabelecimento e prender quem estivesse no bar. No entanto, o que seria uma ‘chamada’ de rotina, dessa foi diferente, os homossexuais disseram não! Ninguém aguentava mais tamanha apreensão e perseguição. As pessoas queriam poder amar quem elas quisessem sem serem presas por isso. E a única forma de ter respeito era lutando por ele. E foi exatamente o que a comunidade LGBT fez. As pessoas encurralaram os policiais dentro do bar, e fizeram um grande protesto. A tropa de choque foi chamada e mesmo assim não conseguiu conter a população, que seguiu por quase toda a noite em frente ao bar. Os policiais tiveram que fugir por uma janela dos fundos. No dia seguinte, os protestos continuaram, aquilo não poderia acabar assim. As repressão da sociedade não poderia continuar. Dessa forma, os homossexuais decidiram fazer algo inédito. Sair em caminhada com faixas e cartazes dizendo ‘tenho orgulho de gay’. Cerca de duas mil pessoas participaram do movimento. Inclusive heterossexuais, pois os atos ganharam apoio de parte da sociedade. Nascia assim, a primeira ‘Parada do Orgulho Gay’.

     Atualmente, ainda há inúmeros casos de homofobia e transfobia, e pessoas seguem morrendo pela orientação sexual, por isso, é preciso seguir a luta que iniciou em Stonewaal. É importante lembrar que dentro do sistema capitalista há mercado para todos que tenham dinheiro,  inclusive para os LGBTs, mas isso não significa que haja espaço e respeito. Homossexuais e principalmente transexuais seguem tendo dificuldades para serem contratados em empregos formais. Desde que a sociedade se divide em classes, que em meio a crises, há perseguições à comunidade LGBT, e infelizmente a opressão vai continuar enquanto vivermos no sistema capitalista. Por isso, é fundamental que os LGBTs percebam que fazem parte da classe trabalhadora, e assim, além de lutar contra a homofobia a luta maior deve ser contra esse sistema que oprime os gays, os negros, as mulheres, e todos aqueles que tem sua mão de obra explorada. Somente com a união de trabalhadores e trabalhadoras poderemos acabar com o capitalismo e assim veremos o final da homofobia, do racismo, do machismo e da exploração.

Assista o filme no link aba

4 de julho de 2017

O Dia do Orgulho LGBT é antes de tudo um momento de luta

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