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        O filme o ‘Preço do Amanhã’ mostra de forma ímpar como cada trabalhador se vê obrigado a vender barato, o bem mais precioso que tem na vida, ou seja, o seu tempo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

       

            A história se passa no futuro, décadas após os cientistas terem descoberto a forma da eternidade, em que é possível ter 25 anos para sempre. No 25º aniversário de cada pessoa, a mesma passa a ter um cronômetro regressivo no pulso que mede o seu tempo de vida. Não há mais dinheiro no mundo, e tudo é comprado e vendido pelo tempo de cada um. As pessoas que vivem no Gueto lutam contra o relógio constantemente, pois elas só possuem um dia de vida em seu cronômetro e por isso precisam trabalhar arduamente para sobreviver. Já a burguesia – detentores dos meios de produção – tem tempo de sobra, milhares de anos acumulados em cofres. Enquanto os operários do Gueto morrem pelas esquinas todos os dias por não conseguirem equilibrar o baixo salário com o aumento no preço dos produtos nos super mercados, os burgueses podem desfrutar da vida eterna, em um local calmo e tranqüilo, bem longe dos operários – a New Greenwich.

 

        O filme tem características Hollywoodianas, por isso, é marcado pela figura de um herói, um jovem operário que com coragem e sorte consegue ‘driblar’ o sistema e entrar em uma área em que somente pessoas com muito dinheiro têm passagem garantida, a famosa New Greenwich. Ao ver tanta desigualdade entre os ‘dois mundos’, o operário descobre que não faz sentido ser rico, enquanto milhares de pessoas morrem de fome todos os dias no Gueto. Indignado com a injustiça que acabara de descobrir, o protagonista se obriga a seqüestrar a filha do homem mais rico do mundo, para ‘salvar a própria pele’, pois ainda está sendo acusado de assassinado injustamente, logo os dois se tornam companheiros e passam a lutar juntos contra o sistema vigente.

 

        Apesar do ‘Preço do Amanhã’ ser uma obra ficcional, é nítida a relação com a vida real. Hoje, os donos dos meios de produção, moram em locais luxuosos, longe das vilas e bairros periféricos, desfrutam de incontáveis privilégios regados de todo o tipo de prazeres. Enquanto isso, as pessoas que vendem a sua força de trabalho para os burgueses, e que ‘colocam a mão na massa’ produzindo todos os elementos que utilizamos no dia-a-dia, travam uma batalha diária contra a fome e a miséria. No filme, os burgueses tinham milhões de anos acumulados, porque exploravam os moradores do Gueto, deixando eles com o tempo necessário para viver um dia e dessa forma, continuarem se submetendo sem questionamento a qualquer tipo de repressão, não tentando mudar o sistema.

 

        Há alguma semelhança com a vida real? Será que a riqueza toda acumulada na casa dos patrões é resultado da exploração de cada operário que ganha somente o necessário para sobreviver? E geralmente aceita calado esse sistema, porque sabe que se perder o emprego tem pelo menos mais trinta pessoas esperando pela a sua vaga, e sem emprego ele não têm como arcar com as despesas e altos impostos que imperam na sociedade? Ou será que a meritocracia é real e todos chegaram ‘ao topo’ apenas porque se esforçaram muito e outros vivem na miséria porque são preguiçosos? Cabe a cada um se questionar, os que acharem que está tudo bem, beleza, sigam as suas vidas com a consciência limpa. Agora aqueles que acreditarem que o capitalismo é injusto e deve ser mudado, não esperem por um herói que nunca vai chegar. Estudem, se informem, se unam e se organizem. É hora de cada trabalhador se tornar protagonista da própria história e lutar para derrubada deste sistema.

 

Assista ao trailer

 

(Filmes completo disponível no Netflix)

 

      O Preço do Amanhã

Por Lark Lapato

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