Braço de Trabalhador
Lark Lapato
O meu braço tá ferrado
O meu amigo se matou
Outro avião caído
O Brasil todo chorou
E o genocídio nas favelas?
Mais um jovem tá no chão
Ele era negro, era pobre
Foi confundido com um ladrão
Não tem emprego, não tem dinheiro
Pra saúde e educação
Talvez passemos 20 anos
Andando na contramão
Esse dia não tem fim
Esse fim tá no começo
Nos pesaram na balança
Nos venderam a pouco preço
Meu braço segue ferrado
Braço do trabalhador
Estão arrancando, pouco a pouco
Tudo que a gente conquistou
Privatiza a nossa vida
Não paga o professor
Deixa a escola caída
Pra aprender com o opressor
Tiram nossas asas
Deixam só os braços
Até que eles parem
E a gente morra no cansaço
Se é pra viver assim
Prefiro morrer lutando
Contra quem lucra com a tragédia
Contra quem segue matando
Lutar por um mundo novo
Onde tudo seja de todos
Em que prevaleça o amor
E nos tenhamos repouso